As consultas médicas não presenciais, online (tele e videoconsultas), tendo sido uma necessidade durante alguns períodos de confinamento na pandemia SARS-CoV-2 em 2020 e 2021, colocam um conjunto de inegáveis problemas éticos que há que debater. A privacidade do doente pode estar comprometida, até na sua própria casa por deficientes condições logísticas; a linguagem oral e mesmo visual numa consulta online nunca substitui a relação presencial possível no recato do consultório médico; a totalidade da linguagem corporal, os olhares, os silêncios entre médico e doente numa relação clínica presencial não são os mesmos através de uma consulta à distância. É no diálogo e na plena confiança de uma relação clínica presencial e face a face entre médico e doente que se consolida uma aliança terapêutica entre ambos, na qual o médico é o amigo e o aliado do doente.
